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TJPR apresenta evento sobre “Legado das Mulheres Afro-latino-americanas e Caribenhas"

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TJPR APRESENTA EVENTO SOBRE “LEGADO DAS MULHERES AFRO-LATINO-AMERICANAS E CARIBENHAS"

Comissão de Igualdade e Gênero do TJPR organizou palestras sobre racismo estrutural, justiça social e desafios das mulheres negras e pardas

O evento "Legado das Mulheres Afro-latino-americanas e Caribenhas", da Comissão de Igualdade e Gênero (CIG) do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR), foi realizado no dia 25 de julho para magistradas, magistrados, servidoras, servidores, estagiárias e estagiários. A desembargadora Lenice Bodstein, presidente da CIG, realizou a abertura do evento, que reuniu as juízas Franciele Pereira do Nascimento e Apoema Carmem Ferreira Vieira Domingos Martins Santos, e a pesquisadora da Universidade de Porto Rico, Angela Rodrigues Sousa.  

“Ao trazer esse legado para dentro do Tribunal de Justiça, reafirmamos um compromisso institucional com a valorização da diversidade, com o reconhecimento de outras epistemologias e com a construção de espaços mais justos e representativos. A justiça não se realiza apenas nos autos, ela se constrói também na escuta, no respeito à diferença e na capacidade de promover dignidade em sua plenitude”, afirmou a desembargadora Lenice Bodstein. 

Racismo estrutural e cotas raciais 

A pesquisadora brasileira radicada em Porto Rico, Angela Rodrigues Sousa, narrou suas experiências e a pesquisa acadêmica sobre a escuta afetiva e o acolhimento para mulheres e crianças que enfrentam desafios por causa da sua cor e gênero. A juíza Apoema Carmem Ferreira Vieira Domingos Martins Santos falou sobre o racismo estrutural no Brasil, abordando casos de racismo na Justiça brasileira, como discriminação racial no trabalho doméstico. A juíza também ressaltou a importância de ações afirmativas como as cotas raciais. 

Para a juíza Franciele Pereira do Nascimento, o cotidiano como servidora do Poder Judiciário a fez perceber a importância de ter mulheres negras em carreiras do serviço público. “São barreiras históricas que estão relacionadas diretamente à democracia e à representatividade”, explicou a juíza, alertando que o racismo não é um assunto apenas para mulheres negras. Ao fim da sua participação, a juíza apresentou o vídeo do Instituto de Defesa da Pessoa Negra (IDPN), “Todo mundo tem um sonho”, sobre a campanha para a indicação de uma mulher negra ao Supremo Tribunal Federal (STF).  

Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha 

No dia 25 de julho foi instituído internacionalmente, em 1992, o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, a partir do encontro de mulheres negras latino-americanas e caribenhas na República Dominicana. No Brasil, a data também comemora o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. O objetivo do evento foi apresentar a construção histórica das relações raciais no Brasil, desde o período colonial até os dias de hoje, com a identificação dos eventos marcantes na formação das relações raciais em nosso país. Foram apresentados os principais conceitos necessários à compreensão das temáticas raciais, como a diferença entre raça e etnia; preconceito racial e discriminação; além da contextualização sobre os diferentes tipos de racismo – individual, institucional, estrutural, recreativo e reverso.